Educar
Nas últimas décadas, os debates em nível nacional e internacional apontam para a necessidade de que as instituições de Educação Infantil incorporem de maneira integrada as funções de educar e cuidar, não mais diferenciando nem hierarquizando os profissionais e instituições que atuam com as crianças pequenas e/ou aqueles que trabalham com as maiores.
Cuidar
Contemplar o cuidado na esfera da instituição da Educação Infantil significa compreendê-lo como parte integrante da educação, embora possa exigir conhecimentos, habilidades e instrumentos que extrapolam a dimensão pedagógica. Ou seja, cuidar de uma criança em um contexto educativo demanda a integração de vários campos de conhecimentos e a cooperação de profissionais de diferentes áreas.
A base do cuidado humano é compreender como ajudar o outro a se desenvolver como ser humano. Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver capacidades. O cuidado é um ato em relação ao outro e a si próprio que possui uma dimensão expressiva e implica em procedimentos específicos.
Fonte: Portal MEC
O papel do professor na Educação Infantil
O papel do professor é fundamental, pois o bom andamento das atividades de ensino depende diretamente da ação docente, de como se faz a mediação conhecimento/criança. Compreende-se como importante característica do profissional de Educação Infantil a busca constante por aprender sobre o desenvolvimento da criança, sua forma de ver e sentir o mundo, criando oportunidades para ela manifestar suas ideias, sua linguagem, seus sentimentos, sua criatividade, suas reações, suas relações sociais e sua imaginação.
Na ação pedagógica, deve-se compreender o ato de brincar como estratégia permanente da prática educativa e oferecer aos alunos um ambiente com espaços e materiais organizados que propiciem desafios e diferentes manifestações infantis, potencializando assim sua expressão por meio de diferentes linguagens, movimentos, imaginação, criatividade, emoções, socialização, autonomia, conhecimento de mundo, pensamentos e sentimentos.
Ter uma boa interação, estabelecer um trabalho conjunto com outros profissionais de modo integrado e relacionar o ato de educar e ensinar de maneira responsável, reconhecendo a criança como um ser inteiro, são características que o professor deve cultivar de maneira ética, respeitando os demais profissionais, os alunos e as famílias.
Importante também ser criativo e paciente nas relações, ter disponibilidade para brincar com os alunos, exercitar o olhar e a escuta infantil e reconhecer que a educação, especialmente nesta fase, é um ato de amor, de construção, de exploração de potencialidades, de busca e de descoberta.
O papel do professor é fundamental para a organização do espaço e do tempo necessários para a aprendizagem da criança.
Para que o conhecimento matemático se efetive na Educação Infantil, é necessário que, em toda situação apresentada em sala de aula, o professor teça comentários, formule perguntas, provoque desafios e incentive a verbalização e a representação escrita do aluno. Isso vai permitir que este faça descobertas, exponha e argumente ideias próprias, estabeleça relações, organize o pensamento e localize-se espacialmente.
A afetividade na Educação
Afetividade vem do verbo afetar e mostra como podemos influir positiva ou negativamente no desenvolvimento dos alunos por meio de nosso comportamento em sala de aula e de como ensinamos, ou seja, como lidamos com os conteúdos e como é nossa relação com os alunos.
Segundo especialistas, o desenvolvimento da autoestima por meio do exercício da afetividade é um grande tema transversal e eixo fundamental na proposta pedagógica de qualquer curso. Sabe-se hoje que aprendemos mais e melhor se o fazemos num clima de confiança, de incentivo, de apoio, em meio a relações cordiais e de acolhimento.
A afetividade dinamiza as interações, as trocas, a busca, os resultados positivos. Facilita a comunicação, toca os participantes, promove a união. O clima afetivo prende totalmente, envolve plenamente, multiplica as potencialidades.
Por meio da educação, podemos ajudar a desenvolver o potencial de cada aluno, considerando suas possibilidades e limitações. Para isso, precisamos praticar a pedagogia da compreensão e do humanismo, e não a pedagogia da intolerância, da rigidez, do pensamento único, da desvalorização.
A pedagogia da inclusão não deve ser praticada somente com os alunos que estavam fora da escola ou simplesmente “recebê-los”, ela deve se constituir em uma verdadeira prática de acolhimento, por meio da qual incluímos os diferentes; os que nunca falam e os que falam demais; os muito quietos e os muito agitados; os mais rápidos e os mais lentos.
Por isso, é importante que alunos e professores desenvolvam autoconfiança, autoestima e respeito por si mesmos e pelos outros. Assim, será mais fácil aprender e comunicar-se com os demais. Sem autoestima, alunos e professores não estarão inteiros, plenos para interagir, e se verão como inimigos, quando deveriam ser parceiros.
A mediação do professor e sua importância no desenvolvimento dos alunos: O que é mediação?
Ser mediador é se posicionar literalmente entre o ensino e a aprendizagem, ou seja, é não dar respostas prontas, e sim estimular a busca de respostas promovendo a reflexão, mostrando os caminhos, compreendendo as dificuldades e o motivo de elas estarem ocorrendo. Dessa maneira, o professor-mediador estará colaborando para a construção da autonomia dos alunos - seja de pensamento seja de ação - ampliando a participação social e dinamizando o desenvolvimento mental deles, de forma a capacitá-los a exercer o papel de cidadão do mundo.
Resultados de uma mediação adequada
A mediação terá sucesso quando o professor:
- interagir com a criança, e não coagi-la;
- interagir com a criança procurando compreender seu mundo e o modo de ela vivenciá-lo; para isso, é preciso entender o universo dela e o processo que está em andamento;
- considerando o conhecimento de mundo que a criança traz, valorizá-la, estimulá-la e proporcionar-lhe outros conhecimentos e outras leituras;
- estimular a reflexão e a busca de respostas;
- usar o “erro” da criança para buscar o “acerto”;
- não ignorar nem desrespeitar as várias formas dialetais utilizadas pelos alunos. Ao contrário, num clima de respeito, desde a Educação Infantil, encorajar todas as crianças a falar, a escrever e a ler como sabem;
- der voz à criança e orientá-la a respeitar a fala dos outros.
A brincadeira infantil: uma ação pedagógica
A brincadeira infantil representa o aprendizado. É uma ação privilegiada no desenvolvimento humano, principalmente na infância, pois é um meio para a elaboração e a reelaboração do conhecimento. Brincar é uma forma de ação cognitiva na qual a criança abstrai, interpreta e entende a realidade, pois simula essa realidade.
Os jogos promovem contextos ricos e desafiadores para o aluno explorar diferentes tipos de situações-problema. Por meio de situações lúdicas, a criança tem a oportunidade de se apropriar de novos conhecimentos, pois pode pensar, levantar hipóteses, confrontar estratégias, discutir, interagir com os colegas, com as situações e os objetos de conhecimento, comparando pontos de vistas diferentes e vivenciando verdadeiras e genuínas situações de comunicação.
O seu papel, nesse processo, é fundamental. Conhecer o jogo, criar e propor, com base nele, situações-problema desafiadoras é uma de suas tarefas, bem como observar as tentativas do aluno durante o jogo, apoiando-o quando surgirem as dificuldades e estimulando-o a desenvolver suas potencialidades. É preciso assegurar a cada participante do jogo o direito de pensar, expressar o pensamento, negociar as ideias e criar outras com base nas discussões realizadas, ou seja, ele dever ter o direito de viver intensamente o jogo de forma prazerosa e enriquecedora.
Fonte: Editora do Brasil
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